sexta-feira, 23 de janeiro de 2015

Pequenos defeitos na visualização de dados

Alguns dias atrás li um artigo sobre o problema da seca na Cantareira. Para mostrar a gravidade da situação tinha um gráfico de linhas sobre o registro das chuvas em comparação com as chuvas esperadas para o período desde outubro de 2013. Achei muito interessante, pois antes nas noticias só houve infográficos de cilindros avisando o grau de preenchimento das diversas represas do sistema Cantareira.
Com estas duas simples linhas é possível mostrar  uma parte das causas dos baixos níveis da Cantareira: A falta de chuva nas épocas de na média histórica alta precipitação. Obviamente um intervalo de 15 meses não é suficiente para entrar numa discussão científica, mas pelo menos e tempo suficiente para mostrar o deficit atual.
O que na verdade chamou mais a minha atenção neste gráfico foi um pequeno detalhe na apresentação. Ao analisar o intervalo de dados, descobri que no eixo de tempo simplesmente faltavam para o ano 2014 os meses de maio até setembro. Provavelmente o autor não tinha espaço suficiente e assim encurtou o intervalo.... Mas, mesmo não sendo correto em termos metodológicos, o autor pelo menos deveria ter avisado a interrupção da série de tempo graficamente ou no texto. Pois do jeito como foi apresentado gera uma imagem totalmente diferente da realidade e desta maneira o autor não gera confiabilidade no conteúdo publicado.    
Além deste “grave” defeito poderia ter usado mais alguns meios de visualização para aumentar a percepção do conteúdo do gráfico:
Para ajudar na compreensão poderia ter simplificado o gráfico em tirar o fundo cinza, alocar a legenda diretamente nos elementos do gráfico
e incluído objetos de comparação como sub-diagramas de desvios absolutos e percentuais. Também poderia ter sido útil introduzir informações adicionais como através de um gráfico de valores acumulados que mostra a magnitude do deficit total do período.
Numa análise de dados climáticos também poderia ser útil incluir os valores de eventos extremos ao gráfico como a chuva máxima e mínima já registrada de um determinado período. Pois assim seria também possível imaginar para o leitor a abrangência do que possa acontecer ainda.












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